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marquês de capoeiras

A MOSCA NA MÁSCARA

A obra do marquês se traduz em contos biscates, punhemas e infames manifestos. Arauto do mau gosto, da feiúra opcional como estética pavorosa, não gosta muito de definições prontas e acabadas, pois a comida gostosa de hoje pode ser a diarréia lazarenta de amanhã...

Aconteceu numa quarta-feira de manhã:


- O senhor é muito grosseiro!

- ???

- O senhor deveria ser mais gentil...o senhor é muito grosseiro,

estamos vivendo uma pandemia...


E assim a senhora aborrecida, de meia-idade, antes de virar completamente as costas,

e passar pela porta de saída para ir embora daquele estabelecimento,

ouviu de Enilásio:


- Senhora! Senhora! Há uma mosca na sua máscara...

A mulher se virou rapidamente e entre a confusão causada pela inesperada advertência de Enilásio,

passou entre contrariada e constrangida a mão pela máscara...


-Ah! é a Leopoldina, a minha mosquinha de estimação!

Disse um sorridente e quase insolente Enilásio.


A mulher fez cara de quem não acreditou e não entendeu nada e de nojo...


- Tenho ela comigo desde o outro emprego numa farmácia. Ela sempre está comigo.

Já faz uns três anos!

A senhora acredita?

E sabe do que ela se alimenta?


Mais nojo ainda na expressão facial da senhora de meia-idade. Paralisada pelo absurdo da história.


Prosseguiu Enilásio:


- Sabe quando a gente termina de fazer cocô e vai passar o papel pra limpar e uns pedacinhos dele ficam presos enrolados no meio dos pentelhos do rabo, fazendo um bolinho, aquela badalhóquinha?

Então, é disso que ela se alimenta.

Só hoje ela se alimentou umas 3 vezes...disse se divertindo com o refluxo

provocado na senhora de meia-idade.


DETALHE DA HISTÓRIA:

Era tudo mentira! Não havia mosca nenhuma. Tudo foi invenção de Enilásio.

Só para não deixar passar barato uma situação desfavorável.

Ele fazia questão de desconfortar nas adversidades e provocar situações do tipo.


Enilásio era assim. Um aloprador. Aloprava tanto os outros que foi mandado embora

sempre dos seus empregos por sua conduta desajustada. Um desajustado. Um desajustado romântico.

Que ainda não descobriu a política...

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